Neste capítulo Allan Kardec faz interessante análise sobre a evolução do conhecimento do homem a respeito do mundo, desde o desconhecimento total sobre a forma da Terra, das leis físicas, como, por exemplo, a Lei de Gravidade – que atrai todos os corpos para o centro da Terra, possibilitando que o próprio homem permaneça sobre a crosta terrestre -, o desconhecimento total do subsolo e das entranhas do planeta.

          

O homem, à medida que se desenvolvia intelectualmente, elaborava teorias e conceitos a partir de suas observações, como:

• a Terra seria uma superfície, com elevações e depressões, mas, grosso modo, um plano horizontal;

o céu seria côncavo com suas bordas inferiores apoiadas sobre a Terra, formando uma • abóbada, constituído de matéria sólida, onde as estrelas seriam, apenas, pontos luminosos como lâmpadas presas nessa nela;

• somente na Terra poderia existir vida;

• desconhecimento completo sobre o ciclo das águas, evaporação, formação de nuvens e chuvas;

• desconhecimento total da existência do Universo;

• os astros seriam apenas para contemplação dos habitantes da Terra.

          

Todas essas crenças serviram como base religiosa e das cosmogonias antigas. (Cosmogonia: doutrina mítica, religiosa ou filosófica de explicação da origem do universo; segundo o dicionário Aulete digital)

A partir dos conceitos iniciais e da própria evolução, o homem descobre que a Terra possui características de uma esfera, mais propriamente de um geóide (esfera achatada nos pólos).

         

 A partir do invento da luneta e do microscópio, num processo contínuo de desenvolvimento ao longo dos séculos, o homem faz novas conjecturas, desenvolve novas teorias, cria instrumentos adequados, observa com mais precisão o micro e o macrocosmo, descobre o Universo.

          

Investiga o interior da Terra descobrindo recursos minerais e, a partir deles, cria mecanismos e meios de utilizá-los.

          

A Ciência, rudimentar dos primeiros tempos, desenvolve-se, subdivide-se em ramos de especialização, num processo vertiginoso de conhecimento científico.

          

Através dos microscópios atômicos o homem investiga o mundo dos infinitamente pequenos, descobrindo a existência de seres inimagináveis, mantenedores da saúde ou causadores de doenças; com as modernas naves tripuladas ou não, os telescópios espaciais (como, por exemplo, o Hubble) viajando a lugares antes impensáveis, distâncias imensuráveis, descobre que o Universo é infinito, o que, levará, um dia, inevitavelmente, à certeza de “que a casa do Pai possui muitas moradas” e a conseqüente destruição da crença de que Deus teria feito somente a Terra para habitação do Espírito imortal, ratificando as instruções dos Espíritos superiores que subsidiam a Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec.