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Ciência Rumo ao Espiritísmo     |  01/08/2001
FILOSOFIA DA CIÊNCIA ESPÍRITA -II - A FILOSOFIA
Como vimos no estudo anterior, o ser humano desenvolveu vários meios de alcançar a Verdade Real para compreender melhor a própria situação. A primeira grande tentativa ocorrida no livro da História foram as religiões, cujos objetos de estudo essenciais são Deus e a Imortalidade da Alma, possibilitando o encontro dos homens com o Criador. No entanto, observamos a deturpação da doutrinas religiosas detentoras de poder político e psicológico sobre a sociedade. Daí surgirem novas tentativas das pessoas desejosas de produzir o próprio conhecimento, sem depender totalmente da revelação passiva, mas avançar no campo da racionalidade. 
              
Foi assim que, no ideal de derrubar o comodismo mental e elevar-se à responsabilidade e à liberdade, desenvolveu-se a Filosofia, estudo que se caracteriza pela intenção de ampliar incessantemente a compreensão da realidade, no sentido de apreende-la na sua totalidade, quer pela busca da realidade capaz de abranger todas as outras, quer pela definição do instrumento capaz de apreender a realidade, o pensamento, tornando-se o homem tema inevitável de consideração. Foge aos nossos objetivos aqui, enunciarmos definições e conceitos, bem como descrever suas diversas escolas orientais e ocidentais. 
              
Dentro da idéia da "Filosofia da Ciência Espírita", não podemos esquecer Pitágoras (segunda metade do século VI a.C.) A palavra "filosofia"foi por ele usada inicialmente. Reconhecendo-se longe de toda sabedoria, mas com o desejo imenso de alcança-la, autodenominou-se praticante de "filo-sofia" (filo: amigo; sofia: saber). Porém, sua maior contribuição foi considerar que todos os fenômenos da natureza refletem a perfeição da Matemática. Esta, deixou de ser uma técnica de agrimensura – como entre os egípcios – para constituir um conceito filosófico. 
              
Entretanto, o pensamento filosófico consolida-se com Sócrates (c. 469 ou 470 a.C.- 399 a.C.). Muitos consideram que a Filosofia verdadeira inicia-se com ele, separando os pensadores em pré-socráticos e pós-socráticos. 
              
Na sua época, grande número de pessoas afirmava que Sócrates era sábio. Querefonte, seu amigo, foi perguntar aos "deuses" do Santuário de Delfos se havia alguém mais sábio que Sócrates. A resposta foi negativa. Surpreendido, Sócrates começa a conversar com vários indivíduos considerados sábios. Nota que esses sábios não o eram na realidade, pois diziam conhecer um assunto que desconheciam. Desse modo, inicia seu trabalho em diálogo desenvolvendo-os de tal forma que levava as pessoas a descobrirem a essência das coisas não desviando do problema em respostas superficiais. Sócrates considerava-se com a tarefa de uma parteira, trazendo à tona um conhecimento já existente, mas latente em cada um. Confirmava os objetivos da filosofia, a produção do saber parte integramente do ser, segundo a célebre frase do mesmo santuário: "Conhece-te a ti mesmo". 
              
Mais tarde, múltiplas escolas aparecem, mas uma muito expressiva, norteadora do pensamento ocidental por vários séculos e que lançou os germens da Ciência, foi a de Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.). Com o objetivo de gerar explicações para fenômenos de diferentes ordens, cria métodos e definições básicas para interpreta-los. A produção do saber deve ser fruto de uma reflexão, em que o pensador, mais uma vez, participa ativamente. Daí chamar-se esse método, praticamente em todo pensamento filosófico, de "especulativo" (especulum, espelho, de reflexão). Para ele, a investigação filosófica baseia-se numa progressão das observações até princípios gerais e daí de volta às observações. Afirmava que o pensador deve induzir princípios explanatórios dos próprios fenômenos observados, e, em seguida, deduzir afirmações a partir de premissas que incluem estes princípios.


Dessa forma, o filósofo precisa, primeiramente, ser "surpreendido" pelos fatos (Observações). A seguir, faz generalizações criando princípios explanatórios para todo o gênero (Indução). Finalmente, gera explicações a respeito dos acontecimentos e de suas propriedades a partir das premissas organizadas silogicamente (Dedução). 
         
Tomemos um exemplo. Um filósofo poderia aplicar o processo indutivo-dedutivo a um eclipse lunar da seguinte maneira:

A. Ele começa pela OBSERVAÇÃO do escurecimento progressivo da superfície lunar;

B. Em seguida, INDUZ desta observação (e outras), alguns princípios gerais: a luz caminha em linha reta, corpos opacos projetam sombras e uma configuração particular de dois corpos opacos perto de um corpo luminoso coloca um destes corpos na sombra do outro;

C. Destes princípios gerais, e da condição de que a terra e a lua são corpos opacos, ele DEDUZ uma afirmativa sobre o eclipse lunar.

Assim, progrediu-se do conhecimento do fato de que a superfície da lua escureceu a uma compreensão do que se passou. 
              
Através desse método indutivo-dedutivo de Aristóteles muitas explicações foram geradas, contribuindo como premissas de outras explicações. Notamos desse modo, intensa produção de conhecimento humano, verdadeiro ou não. 
              
Notemos que as induções são generalizações sobre as qualidades do objeto considerado. Aristóteles usava largamente a ideia de que todos os corpos possuem qualidades intrínsecas e estas classificam aqueles em grupos. Desse modo, qualquer gato é mamífero porque ele possui qualidades próprias, do grupo dos mamíferos. Aristóteles considerava também a existência de dois tipos de qualidades: as primárias e as secundárias. As primárias podem ser medidas, e as secundárias não podem ser medidas e devem ser tomadas sem precisar deduzi-las (a priori). Ou seja, não haveria explicações razoáveis para algumas qualidades de certos corpos, mas, mesmo assim, podem ser usadas como premissas do método indutivo-dedutivo. 
              
O maior exemplo de qualidades secundárias, estão nos quatro elementos que, segundo Aristóteles, compunham toda a matéria no planeta: terra, água, ar e fogo. Cada uma dessas substâncias possui qualidades secundárias próprias, tomadas a priori:
                                                                                               
 TERRAÁGUAARFOGO
PESOGraveGraveLeveLeve
TEMPERATURAQuenteFriaFrioQuente
UMIDADESecoÚmidaÚmidoSeco
 
  Os outros corpos são formados pela "mistura" de porções variáveis dessas substâncias primitivas, originando composições dessas qualidades. E é assim que, de um modo geral, Aristóteles e a maior parte das correntes filosóficas até então, explicava a Natureza. Um corpo era pesado (grave) por possuir maior porção de terra. E a "gravidade" de um corpo impõe-lhe a posição no Universo (mais ou menos próximo do centro da terra). 
              
No tempo, novas escolas aparecem, mas as mudanças econômicas, políticas e sociais no Ocidente abalaram a história da filosofia. Quando o Império Romano foi invadido pelos bárbaros, o povo passa a viver num clima de guerra, medo e reclusão. Na Europa Ocidental plenamente rural, o Cristianismo, a filosofia da vida, atrela-se ao Estado e transforma-se em uma religião comum, dogmática e impositiva, tal qual àquelas estudas anteriormente. O contato posterior com árabes e judeus, abriu novos horizontes para esse mundo de retraimento. A Escolástica, doutrina teológico-filosófica dominante na Idade Média dos séculos IX ao XVII caracterizadas sobretudo pelo problema da relação entre a fé e a razão, foi um novo movimento de produção do saber segundo as diretrizes de Aristóteles, todavia, sob os olhos da Inquisição, antigo tribunal eclesiástico instituído com o fim de investigar e punir os crimes contra a fé católica. 
              
Com Robert Grosseteste (1168-1253) e Roger Bacon (1214-1292), o método indutivo-dedutivo de Aristóteles, nesse momento chamado de "resolução-composição", foi intensamente expandido e aplicado. 
              
Contudo, no final da Idade Média, a Filosofia também foi deturpada. O método aristotélico acima explicado era usado de forma excessiva mas incompleta, viciosa. O termo "especulativo" recebeu uma conotação de artificial e superficial, uma vez que os pensadores não induziam nenhuma premissa nova, mas construíam explicações (deduções) a partir de princípios estabelecidos pelo próprio Aristóteles. Ademais, tanto as explicações finais, quanto as premissas de Aristóteles deveriam girar em torno dos conceitos indiscutíveis (dogmas) da Igreja. 
              
Assim, a filosofia representa o encontro da criatura humana consigo, abrindo novos horizontes de liberdade e razão. Mas novas tentativas deveriam estabelecer um método mais rigoroso de investigação, que não possibilite viciações. Qual será esse método? Veremos nos próximos estudos.

Matheus Artioli Firmino
Agosto / 2001
 
Bibliografia:
• Abbagnano, Nicola (2000). Dicionário de Filosofia, 4a Edição. Martins Fontes. Verbete Aristotelismo: página 79. 

• Abrão, Bernadette Siqueira (1999). História da Filosofia. Nova Cultura. Capítulo 3: p. 41-44. 

• Durozoi, Gerard & Boussel, André. Dicionário de Filosofia, 2a Edição. Papirus. Verbete Filosofia: p. 190. 

• Losee, John (1979). Filosofia da Ciência. Itatiaia. Capítulo 1: p. 15-26. 

•Kardec, Allan (1999). A Gênese, 19a Edição. LAKE. Capítulo 1: item 7 e 8.
 
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