“Prossigo para o alvo..." - Paulo.

(FILIPENSES, 3:14)

O trecho da carta que Paulo escreveu aos filipenses, traz reflexões sobre tema muito importante para todos nós, que é a acomodação de muitas pessoas diante de situações que exigem mudança, renovação.

Quando, por algum motivo, somos obrigados, constrangidos a deixar o conhecido, sofremos muito por medo do desconhecido, do novo.

A imobilização diante das mudanças que a vida traz, seja porque pessoas queridas nos abandonaram, amigos buscaram outros caminhos, aposentadoria do trabalho profissional, entes queridos que voltaram ao plano espiritual, essa inércia provocada pelo medo faz com que sintamos que a vida desaba sobre nós, que tudo o que foi construído não tem mais valor, é como se a vida acabasse.

Esquecemos que a vida e ,portanto, as atividades continuam nos dois planos, que toda situação traz em si elementos que proporcionam renovação, recomeço, basta que a analisemos com mais atenção para perceber pontos importantes que podem ser aproveitados para a nossa renovação e daqueles que convivem conosco.

Por vezes, sentimos que estamos deixando o que temos de mais valioso, por apego às coisas, às pessoas e situações, mas, não é verdade porque podemos descobrir coisas mais valiosas se soubermos aproveitar o que a mudança nos oferece. Basta dar continuidade ao caminhar, com coragem e determinação, buscando novas formas de servir para reconhecermos que o amor e o trabalho são mais belos em nosso caminho.

Sem renovação não há progresso, tanto material quanto moral. O mundo se renova a cada momento, pois, o progresso exige isso.

Por pura acomodação, muitos de nós fazem de tudo para que situações injustificáveis se perpetuem, somente porque envolvem vantagens imediatas que satisfazem o nosso egoísmo.

Paulo diz aos filipenses, que tinha consciência de não haver, ainda, alcançado a perfeição, mas que uma coisa ele fazia: esquecia o que havia ficado atrás, e avançava para as que estavam diante dele, para o alvo que desejava alcançar.

Deixava claro com estas palavras, que não ficava parado lamentando os seus enganos, quando para defender a Lei que ele acreditava ser a Verdade, perseguiu tenazmente os cristãos. Também, não lamentava, nem censurava a incompreensão de familiares e amigos, que lhe voltaram as costas.

É o exemplo daquele que não fica preso às situações, pessoas e coisas, pelo contrário, recomeçou a sua vida com empenho e vontade firme, deixando uma vida, onde desfrutava de ótima situação financeira, para dar início a outra de privações e muito trabalho para sobreviver como tecelão.

Apesar das imperfeições que todos trazemos, e por isso é que cometemos muitos enganos, eles, - os enganos - não podem servir de pretexto para a acomodação.

"Se a vida te apresenta a fisionomia triste da solidão, recorda a própria imortalidade e não te detenhas."

"O menino deixa a infância para entrar na mocidade, o jovem deixa a mocidade para entrar na madureza, o adulto deixa a madureza para entrar na senectude e o ancião deixa a extrema velhice para entrar no mundo espiritual, não como quem perde valores adquiridos, mas sim prosseguindo para o alvo que as Leis de Deus nos assinalam a cada um..."

● Xavier, Francisco Cândido (Emmanuel) - "Caminho, Verdade e Vida", lição 7