O espiritismo não aceita essa idéia de juízo final, que as palavras acima possam sugerir, por não se enquadrarem no todo de sua doutrina, no “Sede perfeitos”, no” Nenhuma ovelha do rebanho que o Pai me confiou se perderá”, na Lei do amor, da justiça e da misericórdia que emana do Deus-Pai , exaltado e reverenciado por Jesus. Esse Deus , “Inteligência suprema e causa primária de todas as coisas” não poderia infringir as leis que d’Ele emanam, destinando muitos dos seus filhos para um sofrer eterno, Ele , o Amor Absoluto, que tudo sabe e pode.

Mostra-nos o espiritismo que Jesus, falando a homens incapazes de compreender as coisas puramente espirituais, pela sua própria cultura e pela imperfeição espiritual, apresentava muitos dos seus ensinos com imagens mais fortes, que eles poderiam entender, que seriam marcadas e fixadas em suas mentes, para , quando amadurecessem mais, pudessem extrair os ensinamentos.

Jesus não poderia afastar-se muito das idéias da época, “no tocante à forma, reservando para o futuro a verdadeira interpretação das suas palavras e dos pontos que ainda não podia explicar claramente.”

Daí, sua promessa da vinda de outro Consolador, “a quem o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.” (João, XIV: 26)

Mas, diz Kardec, que ao lado da parte acessória ou figurada dos seus ensinos, há sempre a idéia dominante : a da felicidade que espera o justo e a da infelicidade reservada ao mau.

Assim , todo aquele que se liberta do mal, passando a vivenciar o bem, libertando-se das dívidas passadas, terá conquistado a felicidade, enquanto que aquele que persevera e se compraz no mal , vai sofrendo as suas conseqüências, através das reencarnações, até decidir-se por transformar-se e esforçar-se na libertação dos efeitos dos erros passados, ressarcindo todas as suas dívidas e melhorando-se.

Não penas eternas, mas oportunidades de ressarcimento, de corrigenda, de reeducação, de transformações intelectuais e morais, até o aperfeiçoamento intelectual e moral das potencialidades que Deus colocou em cada filho seu.

Faz parte da lei divina o amor que dá sempre novas oportunidades de reabilitação, e a justiça que dá a cada um segundo as suas obras.

Nesse ensino, Jesus destaca uma vez mais, a caridade devida aos que sofrem necessidades, como sendo o caminho do reino dos céus. No julgamento, não houve interesse pela crença, pelos ideais ou história da pessoa, mas sim, o bem que fora feito, o auxílio dado, a atenção ao enfermo, a visita ao encarcerado, enfim a vivência da caridade em qualquer situação e para com qualquer pessoa.

Auxiliando o outro, preocupando-se em aliviar seus sofrimentos, dando do que tem, em coisa material e em atenção, em respeito, o caridoso esquece-se de si, eliminando o egoísmo e o orgulho, porque demonstra ver no assistido, alguém que merece respeito e consideração.

A caridade e a humildade, desenvolvendo-se no interesse em beneficiar os outros, vão auxiliando o desenvolvimento dos sentimentos nobres nas mentes e nos corações os homens, tornando-os melhores pessoas, e levando-os, a um dia, sentirem o reino de Deus dentro e fora de si.

 O CENTRO ESPÍRITA BATUIRA esclarece que permanece divulgando os estudos elaborados pela Sra Leda de Almeida Rezende Ebner após o seu desencarne, com a devida AUTORIZAÇÃO da família e por ter recebido a DOAÇÃO DE DIREITOS AUTORIAIS, conforme registros em livros de Atas das reuniões de diretoria deste centro.