No dicionário Houais, duelo significa, juridicamente: “combate ou luta previamente ajustada entre duas pessoas, em campo aberto, na presença de testemunhas, com armas iguais escolhidas pelo ofendido, e que tem por objetivo o desagravo da honra de um dos combatentes.”

             

Lemos também que, na História Jurídica na Idade Média, esse combate entre acusador e acusado era aceito como “prova jurídica” : vencia a causa o vencedor do duelo.

             

Por extensão, duelo significa “qualquer enfrentamento, troca de golpes, entre dois grupos, duas pessoas.”

             

“A legislação brasileira não cogita do duelo, mas pune os duelistas, implicitamente, e conforme suas conseqüências, como homicídio, tentativa de homicídio ou lesão corporal”.

             

Como vemos, o duelo, com regras, legalizado por leis, desapareceu, mas o duelo, como luta para resolver pendências entre ofendido e ofensor, continua existindo em até as sociedades tidas como as mais instruídas ou mais civilizadas.

             

Por isso as mensagens sobre o duelo, inseridas por Kardec neste livro, que estudamos, continuam muito atuais e necessárias para auxiliar o homem a desenvolver o amor dentro de si, eliminando o mal que ele criou.

             

A primeira é de Adolfo, bispo de Alger, que a inicia assim: “Só é verdadeiramente grande aquele que, considerando a vida como uma viagem que tem um destino certo, não se incomoda com as asperezas do caminho, não se deixa desviar nem por um instante da rota certa. De olhos fixos no seu objetivo, pouco se importa de que os obstáculos e os espinhos da senda o ameacem; estes apenas o roçam, sem o ferirem, e não o impedem de avançar”.

             

Essa atitude diante da vida, enquanto Espírito em evolução, deve ser meditada, analisada todos os dias, por todos os despertos para a realidade do Espírito imortal, na busca de pautar o viver, com essa idéia direcionando a inteligência e o coração. O espiritismo a torna bem clara nos seus princípios básicos.

             

Pela própria imperfeição humana, não se pode vivenciá-la sempre, esquecendo-a muitas vezes, lembrando-a outras, tentando às vezes repeli-la. Não importando quantas vezes isso acontecer, deve-se perseverar nesse esforço, para fazer a caminhada evolutiva com mais facilidade, com menos sofrimentos e em menos tempo.

             

Assim, “arriscar os dias para vingar uma ofensa é recuar diante das provas da vida”, ou seja, é um ato de rebeldia ao determinismo divino de aperfeiçoamento contínuo;” é sempre um crime aos olhos de Deus e se não estivésseis tão enleados, como estais, nos vossos preconceitos, seria também uma ridícula e suprema loucura aos olhos dos homens.”

 Quais são os preconceitos que enleiam, envolvem os homens, impedindo-os de ver com clareza o que lhes é bom?

             

No mesmo dicionário: Preconceito é, dentre outras definições, “idéia, opinião ou sentimento desfavorável formado a priori, sem maior conhecimento, ponderação ou razão.”

             

O homem de hoje é o resultado de um longo processo intelectual e moral, fruto do seu livre-arbítrio, condicionado ao seu entendimento sobre a vida, os seres e tudo que a ele se relaciona.

             

Traz, por isso, idéias concebidas e aceitas em outras épocas, que ele as mantém sem análise racional. São muitos os preconceitos presentes em si, somando-se a outros que ele aceita, nesta atual reencarnação, por ouvir dizer, sem refletir nos seus significados.

            

 Assim, a ideia de matar para vingar uma ofensa, por pior que ela seja, é um dos preconceitos que ainda vigem nos corações dos homens, como frutos do orgulho ,do egoísmo, um crime aos olhos da legislação jurídica de hoje e aos olhos da Justiça divina.

             

O duelo contraria a lei do perdão ao ofensor, impede a clemência necessária à reabilitação do criminoso, tornando o ofendido em criminoso pior, porque age com mais violência, retirando a vida, que se tem, que se ganha, sem colaboração nossa, mas por vontade de Deus.

 O CENTRO ESPÍRITA BATUIRA esclarece que permanece divulgando os estudos elaborados pela Sra Leda de Almeida Rezende Ebner após o seu desencarne, com a devida AUTORIZAÇÃO da família e por ter recebido a DOAÇÃO DE DIREITOS AUTORIAIS, conforme registros em livros de Atas das reuniões de diretoria deste centro.