Capítulo IV – III –                   Inteligência e Instinto – Questões 71 a 75ª

Capítulo I Deus                                          Q. 1 a 16

Capítulo II Elementos Gerais do Universo Q. 17 a 36

Capítulo III Criação                                          Q. 37 a 59

Capítulo IV Princípio Vital                            Q. 60 a 75a

 

I Seres Orgânicos e Inorgânicos Q. 60 a 67a

II A Vida e a Morte Q. 68 s 70

III Inteligencia e Instinto Q. 71 a 75a

             Se a questão 23 define o espírito o princípio inteligente do Universo, a questão 76 passa a grafar com inicial maiúscula o termo Espírito e o define “(...) seres inteligentes da criação que povoam o Universo, além do mundo material”.

             Como entender?

             

Estudando, encontraremos nas duas respostas perfeita ordem, uma vez que “os seres inteligentes” da 76 é aquele princípio inteligente da 23, agora individualizados como ensina a 79: ...”Os Espíritos são individualizações do princípio inteligente, estampando-se ai um dos princípios básicos a Doutrina Espírita – a progressão, isto é, a sucessão ininterrupta de estágios, a evolução como força imanente ao Espírito.

             

Aquele princípio inteligente da questão 23 habita todos os seres da Criação, a partir dos mais ínfimos, percorrendo a escala dos seres inferiores até atingir a escala dos animais superiores e daí aos hominais.

             

Nesse, digamos, “início” a vida é toda instintiva. Impulsos levam a que encontre forma de suprir necessidades, sem análise de como ou porquês.

             

Os impulsos se repetem; a forma de satisfazê-los com pequenas alterações vão acontecendo até alcançarem uma forma, uma resposta, digamos, melhor.

            

 As experiências são continuamente preparadas, orientadas pelos Espíritos responsáveis, repetidas incansavelmente, até que se dando a incorporação do reflexo que mais se aproximou de um ideal, o princípio inteligente é “passado”, colocado diante de outro estímulo, necessidade, treinando outras respostas e assim sequentemente através dos incalculáveis milênios.

             

Nessa fase, não há a consciência de si, nem dos atos que realiza; do que está acontecendo ou se passando com ele – praticamente tudo é passivo, fatal – não há progresso na significação própria do termo -; há mudanças de estado ou de estágios, com incorporações, sim, mas que na realidade, nada mudam na natureza íntima – recorde-se que a característica do Espírito, como ser inteligente do Universo – é a consciência, isto é, o eu, e que o progresso na expressão real, só acontece quando há modificação conscencial na estrutura íntima do ser – é definido pelo uso da vontade, da opção e se realiza de dentro para fora.

             

O princípio inteligente acresceu-se através da passagem lenta dos bilhões e bilhões de anos, estagiando nos vários reinos da Natureza, nas quais as experiências de tanto serem repetidas, foram se interiorizando, se arquivando, e hoje, no homem, conforme o estímulo, reage segundo o que já traz em si como resposta, que será orientada para o bem ou não, conforme direcionamento dado pela consciência ética que já cultivou.

             

Se refletirmos, por exemplo, sobre a abelha fazendo a colmeia, o pássaro construindo o ninho com a abertura na posição oposta à chuva – desde sempre e sempre igual, exteriorizam ai o resultado das aquisições que o princípio inteligente incorporou nas determinadas fases que se adequaram às necessidades da espécie.

             

Daí entender-se a frase popularizada por Léon Denis, quando repete que ”a alma dorme na pedra; sonha no vegetal; agita-se no animal e desperta no homem”.

             Dentro desses raciocínios e para que nos fique mais claros, questionamos:

- os animais “pensam” nos perigos que os cercam?

- correm, sob condições naturais, o risco de morrer de fome?

- “sabem”, usando a inteligência, proteger filhotes?

- “sabem”, usando a inteligência, defender-se dos inimigos?

São questões que abordaremos em nosso próximo estudo.

“Revista Espírita” ano 1866 pag. 67-71 a 77; 

1861 – pag. 45 e 1868 pag. 166 – 1859 pag. 80; “Evolução em Dois Mundos” cap 1; 

“Mecanismos da Mediunidade” cap III, ambos de André Luiz “O Livro dos Médiuns” itens 75-77 e 98.

 Também no livro Educação Mediúnica – Teoria e Prática - vol. 1 - Ribeirão Preto: BELE, 2005 de Leda Marques Bighetti