228 - O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO = ALLAN KARDEC

CAPÍTULO XXVIII: COLETÂNEA DE PRECES ESPÍRITAS

 I - PRECES GERAIS:   ORAÇÃO DOMINICAL

ITEM 3. IV e V: O PÃO NOSSO DE CADA DIA DAI-NOS HOJE E PERDOAI AS NOSSAS DÍVIDAS, ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS AOS NOSSOS DEVEDORES

IV – O PÃO NOSSO DE CADA DIA, DAÍ-NOS HOJE.

Precisa o homem, na Terra, do alimento para a manutenção do corpo físico, devendo, pois, trabalhar para consegui-lo, uma vez que já possui as qualificações espirituais para evoluir por si mesmo.

Nas atividades do trabalho, desenvolve, então, suas faculdades intelectuais e no relacionamento com as pessoas, as faculdades morais.

Ao pedir o alimento para o corpo, está o homem pedindo os meios de consegui-lo através do trabalho, condição sine-que-non do progresso individual e coletivo, para as suas necessidades, jamais para o supérfluo.

Solicita-se também, nessa frase, o alimento espiritual para o desenvolvimento das potencialidades inseridas no Espírito imortal, no uso da vontade de progredir, coragem para enfrentar as dificuldades naturais do viver em um mundo ainda imperfeito, forças para combater as más inclinações, como as que vêm do egoísmo e do orgulho...

Os Espíritos imperfeitos, na fragilidade das qualificações nobres, em desenvolvimento, necessitam do auxílio uns dos outros, seus companheiros de jornada evolutiva, mas todos necessitam, também, do amparo divino, através dos Espíritos mais evoluídos, que trazem o alimento que supre as suas imperfeições, fortalecendo a sua vontade de viver no bem a si mesmo e aos outros, segundo os ensinos de Jesus.

V - PERDOAI AS NOSSAS DÍVIDAS ASSIM COMO PERDOAMOS AOS NOSSOS DEVEDORES

   O homem traz em si, na sua consciência, implantado por Deus, o código divino, que deve nortear suas atitudes e ações, percebendo-o, na medida da sua evolução espiritual. Assim, quanto mais inteligente, mais sabe o que deve e pode fazer.

Por isso, sempre que ele infringe esse código, comete uma falta, e adquire uma dívida, proporcional ao entendimento da falta cometida, que será cobrada mais cedo ou mais tarde.

Por isso, Jesus colocou nessa única prece por ele ensinada, o “perdoai as nossas dívidas”, visto que não existe ninguém na Terra, que não precise do perdão de Deus e dos seus semelhantes.

Todavia, a ideia do perdão divino, trazida pelo Espiritismo não se constitui no esquecimento da falta, mas na oportunidade de reparação dela, no fazer o bem a quem se fez mal, na atual ou em futura existência.

Ao pedir-se perdão a Deus pelas faltas cometidas, está-se pedindo oportunidade de reparação delas, a força de eliminar de seu íntimo, todo ressentimento, todo ódio, toda mágoa, todo rancor, todo desejo de vingança.

Está-se pedindo compreensão em sofrer, com resignação, o mal vindo de outros, não guardando rancor, uma vez que esse sofrimento, que se julga não merecer, provavelmente, é consequência de atos que se fez a outrem, nessa ou em vida passada, na compreensão das palavras de Jesus: “Bem-aventurados os que sofrem pela justiça.”

Sofrer pela justiça é considerar que Deus não permitiria esse sofrimento, se o homem, que a sofre, não tivesse feito outro sofrer também. Sofrer pela justiça é crescer em Espírito, é desenvolver nobreza de sentimentos, fortalecendo-se para voos mais altos.

Quem assim entende, percebe que na frase de Jesus, está o compromisso de quem a profere, de perdoar a todos que lhe devem, a todos que o ofendem, causando-lhe males.

 Está-se também agradecendo a Deus por saber que todos serão perdoados das faltas cometidas, porque todos têm a oportunidade de perdoar e de ser perdoado, e quanto mais cedo assim o fizer, mais feliz sentir-se-á, mesmo vivendo em um mundo de expiações e de provas.

Leda de Almeida Rezende Ebner – Maio/2020

O CENTRO ESPÍRITA BATUIRA esclarece que permanece divulgando os estudos elaborados pela Sra Leda de Almeida Rezende Ebner, após o seu desencarne, com a devida AUTORIZAÇÃO da família e por ter recebido a DOAÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS, conforme registros em livros de Atas das reuniões de diretoria deste Centro.