O LIVRO DOS MÉDIUNS

(Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores)

por

ALLAN KARDEC

Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.

SEGUNDA PARTE

DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS

CAPÍTULO XXV

DAS EVOCAÇÕES

CONSIDERAÇÕES GERAIS – ESPÍRITOS QUE PODEM SER EVOCADOS

 – COMO FALAR COM OS ESPÍRITOS – UTILIDADE DAS EVOCAÇÕES DE ESPÍRITOS VULGARES – PERGUNTAS SOBRE AS EVOCAÇÕES – EVOCAÇÕES DOS ANIMAIS

– EVOCAÇÕES DE PESSOAS VIVAS – TELEGRAFIA HUMANA

PERGUNTAS SOBRE AS EVOCAÇÕES

284. Evocação de Pessoas Vivas

            Continuando o estudo da questão 284 itens 52 a 57, o Codificador perguntou aos Espíritos Amigos se um Espírito mistificador poderia responder no lugar de um Espírito encarnado, quando este fosse evocado; recebeu como resposta a informação de que isso acontece com frequência, particularmente quando a intenção do evocador não for elevada. Também esclareceram que não se deve evocar Espíritos encarnados, exceto se a razão for nobre, para evitar a presença de mistificadores que se apresentarão como sendo o Espírito evocado.

            Ainda tratando da evocação de Espíritos encarnados, os Espíritos da Codificação esclareceram a Allan Kardec que não devem ser evocadas as crianças, as pessoas gravemente doentes, os idosos enfermos, ou seja, pode haver inconvenientes sempre que o corpo esteja debilitado. 

            Sobre o possível cansaço que o corpo físico sofra durante a evocação de um Espírito encarnado, podemos analisar a resposta ao item 55:

            “- Meu Espírito é como um balão amarrado a um poste; meu corpo é o poste que estremece com as sacudidelas do balão.”

            Allan Kardec ainda considerou que se a evocação do encarnado pode ter inconveniente, quando feita sem precaução, não haveria perigo também ao se evocar um Espírito que não se sabe se está encarnado e poderia não se encontrar em condições favoráveis.

            Os Amigos Espirituais esclareceram que as circunstâncias não são as mesmas. Ele só atenderá se estiver em condições, ou seja, deve-se perguntar antes se a comunicação será possível.

            Uma questão interessante apresentada por Allan Kardec refere-se ao sono irresistível que sentimos em momentos impróprios, se isso seria sinal de que estamos sendo evocados em algum lugar.

            Os Espíritos da Codificação responderam:

            “— Isso pode ser sem dúvida, mas o mais frequente é tratar-se de uma exigência física, seja pela necessidade de repouso do corpo ou porque o Espírito precisa da sua liberdade.”

            Resposta clara que não permite interpretação fantasiosa.

            Concluindo esses raciocínios, encerramos nossas reflexões com a observação de Allan Kardec:

            “Uma senhora nossa conhecida, médium, teve um dia à ideia de evocar o Espírito do seu neto, que dormia no mesmo quarto. Constatou-se a identidade pela linguagem, pelas expressões familiares da criança e pelo relato bastante exato de muitas coisas que lhe haviam acontecido no internato. Mas uma circunstância ainda a confirmou. Súbito a mão da médium parou em meio de uma frase, sem que fosse possível escrever mais. Nesse momento, meio acordado, o menino agitou-se no leito. Logo mais, voltando a dormir, a mão se pôs a escrever, continuando a conversa interrompida. A evocação de vivos, feita nas condições convenientes, prova de maneira incontestável a atividade distinta do Espírito e do corpo, e por conseguinte a existência de um princípio inteligente independente da matéria.

(Ver na Revista Espírita de 1860, páginas 11 e 85 da edição brasileira, vários exemplos de evocação de pessoas vivas).

  BIBLIOGRAFIA

KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns - 2. ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap. XXV – q. 284 – 52 a 57

Tereza Cristina D'Alessandro – Maio /2020