O LIVRO DOS MÉDIUNS

(Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores)

por

ALLAN KARDEC

Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.

SEGUNDA PARTE

DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS

CAPITULO XXV

DAS EVOCAÇÕES

CONSIDERAÇÕES GERAIS – ESPÍRITOS QUE PODEM SER EVOCADOS

 – COMO FALAR COM OS ESPÍRITOS – UTILIDADE DAS EVOCAÇÕES DE ESPÍRITOS VULGARES – PERGUNTAS SOBRE AS EVOCAÇÕES – EVOCAÇÕES DOS ANIMAIS

– EVOCAÇÕES DE PESSOAS VIVAS – TELEGRAFIA HUMANA

PERGUNTAS SOBRE AS EVOCAÇÕES

284. Evocação de Pessoas Vivas

            Na sequência de estudos da questão 284 itens 37 a 41, Allan Kardec perguntou se o fato de um Espírito estar encarnado impede de modo absoluto a sua evocação, ao que os Amigos Espirituais responderam:

            - “Não, mas é necessário que a condição corpórea facilite o seu desprendimento nesse momento. O Espírito encarnado atende mais facilmente quando o mundo em que se encontra é mais elevado, porque os corpos são menos materiais.”

            Os estudos sobre a comunicação de encarnados evidenciam que há determinadas condições para que ocorram, entre essas, estar o Espírito de um vivo em estado que favoreça o desdobramento para atender a evocação. O estado provocado pelo sono – dormir ou cochilar - possibilita atender uma evocação, pois nesses momentos há um afrouxamento dos laços que prendem o Espírito ao corpo físico, o que favorece a emancipação da alma (espírito encarnado) e comunicação, se evocada. Há também que se considerar a finalidade da comunicação; por exemplo, em reuniões mediúnicas sérias, objetivando a assistência espiritual ao encarnado, ocorre esse tipo de comunicação que não será lembrada por aqueles que têm esse tipo de experiência, da qual apenas colhem os benefícios.

            Questionou-se também se o corpo poderia despertar na ausência do Espírito, o que não é possível pois o próprio despertamento força o retorno do Espírito ao corpo, ao qual está ligado por um laço fluídico – perispírito – conforme descrito em O Livro dos Espíritos q. 93 a 95.

            Ao estudar esse fenômeno, Allan Kardec também perguntou o que aconteceria se o corpo fosse mortalmente ferido durante o sono e na ausência do Espírito, e foi esclarecido de que o Espírito seria advertido e imediatamente voltaria ao corpo antes que a morte se consumasse.

             “Observação de Kardec: Interrogado a respeito, o Espírito de um vivo respondeu: “Se o corpo pudesse morrer na ausência do Espírito, seria esse meio muito cômodo de se praticarem suicídios hipócritas”.

            O tradutor dessa obra, José Herculano Pires, acrescenta em nota:

            “As pesquisas parapsicológicas provam, atualmente, que o pensamento se transmite à distância com rapidez instantânea. Se uma pessoa pensar em ferir outra que dorme, esse pensamento a atinge por antecipação. Nos casos de acidente a percepção do próprio Espírito da vítima se verifica às vezes com grande antecedência. São os chamados fenômenos de precognição. Por outro lado, sendo a morte um desligamento vital do Espírito, o seu desprendimento total do corpo, é necessário que ele retorne à unidade psicossomática para que se processe o fenômeno biológico da morte.”

  BIBLIOGRAFIA

KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns - 2. ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap. XXV – q. 284 – 37 a 41

Tereza Cristina D'Alessandro – Janeiro/2020