O LIVRO DOS MÉDIUNS

(Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores)

por

ALLAN KARDEC

Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.

SEGUNDA PARTE

DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS

CAPITULO XXV

DAS EVOCAÇÕES

CONSIDERAÇÕES GERAIS – ESPÍRITOS QUE PODEM SER EVOCADOS

 – COMO FALAR COM OS ESPÍRITOS – UTILIDADE DAS EVOCAÇÕES DE ESPÍRITOS VULGARES – PERGUNTAS SOBRE AS EVOCAÇÕES – EVOCAÇÕES DOS ANIMAIS

– EVOCAÇÕES DE PESSOAS VIVAS – TELEGRAFIA HUMANA

PERGUNTAS SOBRE AS EVOCAÇÕES

            Continuando os estudos da questão 282 item 35, Allan Kardec abordou um tema que estimula o interesse dos estudiosos, pois trata das experiências de crianças na vida espiritual.

            Perguntou o Codificador:

            “Como pode o Espírito de uma criança, morta em tenra idade, responder conscientemente, se quando em vida corpórea ainda não tinha consciência de si mesma?”

            Os Amigos Espirituais esclareceram:

            “— A alma da criança é um Espírito ainda envolto nas faixas da matéria. Mas liberto da matéria goza das suas faculdades de Espírito, porque os Espíritos não têm idade.

            Isso prova que o Espírito da criança já viveu. Não obstante, até que esteja completamente livre pode conservar na linguagem alguns traços do caráter da criança.”

            O Prof. Herculano Pires, tradutor da edição aqui estudada, esclarece que a expressão “faixas da matéria” é comparativa, lembrando a criança enfaixada após o nascimento. O Espírito entra no mundo espírita envolvido pelas ligações materiais que o restringiam na condição infantil terrena. O Espírito se refere, nessa resposta, especialmente aos “traços de linguagem” porque trata nesse momento das comunicações orais e escritas.

            E concluindo as reflexões aqui oferecidas, Allan Kardec observa que:

            “A influência corpórea, que perdura mais ou menos no Espírito da criança, às vezes, também, se nota no Espírito dos que morreram loucos. O Espírito em si mesmo não é louco, mas sabe-se que certos Espíritos acreditam, durante algum tempo, estar ainda nesse mundo. Não é de admirar que o Espírito do louco ainda se ressinta dos entraves que, durante a vida se opunham à sua livre manifestação, até que esteja completamente liberto.”

            Concluindo, percebemos que o Espírito ao desencarnar exteriorizará a compreensão da realidade pós-morte segundo o seu grau de consciência espiritual, independentemente da idade do corpo físico, isto é, da infância, juventude, maturidade ou velhice; após o desencarne mais facilmente se adaptará a vida espiritual quanto mais evoluído seja.

  BIBLIOGRAFIA

KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns - 2. ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap. XXV – q. 282 – 35