220- O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO-ALLAN KARDEC

CAPÍTULO XXVII:  PEDI E OBTEREIS

ITENS 13a15: AÇÃO DA PRECE. TRANSMISSÃO DO PENSAMENTO

  “Ao atender ao pedido que lhe é dirigido, Deus tem, frequentemente, em vista recompensar a intenção, o devotamento e a fé daquele que ora.”

  Nesta frase, percebe-se que a prece para ser atendida deve ser proferida sob determinadas condições, na confiança em Deus, na humildade, nos bons sentimentos.

A prece de alguém que odeia, ou é orgulhoso, julgando-se merecedor de privilégios, ou que é dita apenas pelos lábios, sem que haja uma entrega do ser que ora, essa prece não forma o caminho fluídico pela qual deveria caminhar em direção aos planos mais elevados.

Geralmente, as pessoas que buscam viver o bem têm suas preces atendidas, sentindo, em cada oração, os benefícios dos fluidos espirituais, saudáveis, penetrando-lhes o ser, estimulando-as na continuação dos seus esforços de bem viver, na fé que as fortalece, na intenção do bem, no devotamento ao bem.

Isso não significa que a prece de alguém que percebe seus defeitos não será atendida, não podendo, então orar pelos outros. Se assim fora, a grande maioria de nós, habitantes da Terra, não poderia gozar dos imensos benefícios da oração.

Todo Espírito, encarnado e desencarnado, que se dispõe a orar por si ou por outros, desarmados, no momento, de sentimentos negativos, com humildade e fé, recebe dos Espíritos bons, o amparo espiritual suprindo suas deficiências, porque para Deus, o que importa é a intenção caridosa e humilde de quem se coloca sob seu amor.

Deus não ouve a prece do “orgulhoso, que só tem fé no seu poder e nos seus méritos, e julga poder substituir-se à vontade do Eterno.”

O poder da fé está no pensamento, fruto do sentimento do reconhecimento do poder de Alguém que tudo pode, de Alguém a quem se pode confiar, e independe das palavras, do lugar, da hora.

Mas, porque muitos têm mais facilidade de integrar-se na oração, nos templos religiosos, nas casas espíritas, em conjunto, do que quando estão sós?

Talvez seja pelos atavismos que o homem traz das suas experiências religiosas do seu longo passado, ou pela falta de fé em si mesmo.

Alguns companheiros espíritas já disseram, que no ato de oração, nos seus lares, precisavam se transportar, em pensamento, ao salão de Centro Espírita, para conseguirem orar com fervor.

Pode ser, e é uma situação provisória, que com os estudos das leis divinas, com o fortalecimento da fé raciocinada, pela compreensão de que a prece é o pensamento dirigido a Deus, e que chegará a Ele, pela força dos impulsos da confiança, da humildade, essa muleta será, então, abandonada.

Todavia, há lugares que favorecem mais o recolhimento espiritual de quem ora, pelas vibrações boas dos que ali vão, mas é importante saber usar o recurso da prece em qualquer lugar, para si ou para outros, sempre que vier a necessidade de pedir, agradecer ou louvar.

“A prece em comum tem ação mais poderosa quando todos os que a fazem se associam de coração num mesmo pensamento e têm a mesma finalidade.”

Por isso, todas as reuniões espíritas são iniciadas com uma prece em que um a profere em voz alta, e os outros acompanham as palavras representantes das ideias, mentalmente, ligados todos num mesmo pensamento, com a mesma finalidade.

 Nesse caso, esse pensamento, fortalecido pelas vibrações de todos, forma um caminho fluídico, mais brilhante, mais forte, que, por certo, trará dos planos mais altos, fluidos mais puros, envolvendo a todos, penetrando no íntimo de todos e beneficiando maior número de desencarnado e encarnados, mesmo os ausentes do ambiente, mas presentes no pensamento dos que oram por eles, ou que de alguma forma estejam ligados às pessoas ou ao lugar.

Para isso, é necessário que todos tenham, no momento da prece, os mesmos sentimentos, os mesmos pensamentos, a mesma finalidade. Os que não acompanham as ideias, não se elevam com os demais.

E Allan Kardec encerra esse estudo: “Cem pessoas reunidas podem orar como egoístas, enquanto duas ou três, ligadas por uma aspiração comum, orarão como verdadeiros irmãos em Deus, e sua prece terá mais força do que a daquelas cem”, reforçando a ideia de que o valor da prece está sempre no sentimento bom, na confiança nas leis divinas, fazendo-nos lembrar das palavras de Jesus: “Porque onde se acham duas ou três pessoas em meu nome, aí estou no meio delas.” (Mateus, XVIII: 20)

Para bem orar, a sós ou em conjunto, o importante é a entrega de si próprio nas ideias proferidas e a quem elas são dirigidas.

Leda de Almeida Rezende Ebner – Setembro/ 2019

O CENTRO ESPÍRITA BATUIRA esclarece que permanece divulgando os estudos elaborados pela Sra Leda de Almeida Rezende Ebner, após o seu desencarne, com a devida AUTORIZAÇÃO da família e por ter recebido a DOAÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS, conforme registros em livros de Atas das reuniões de diretoria deste Centro.