Contendo os princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da Humanidade (Segundo o ensinamento dos Espíritos superiores, através de diversos médiuns, recebidos e ordenados por Allan Kardec).

LIVRO SEGUNDO

“MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS”

CAPÍTULO I – DOS ESPÍRITOS

   QUESTÕES DE 76 A 131

I    – Origem e Natureza dos Espíritos – 76 A 83

II   – Mundo Normal e Primitivo – 84 A 87

III  – Forma e Ubiquidade dos Espíritos – 88 A 92ª

V   – Diferentes ordens dos Espíritos – 96 A 99

VI – Escala Espírita – 100 A 113

VII – Progressão dos Espíritos – 114 A 127

VIII - Anjos e Demônios – 128 A 131

Pode-se fazer ideia de como seria o períspirito quando o Princípio Inteligente adentrava a fase racional?

Nos primórdios da vida constitui-se dos fluidos mais grosseiros do mundo imponderável. Pode ser comparado a um vapor fuliginoso a empapar as radiações da alma. Embora possua em gérmen todas as faculdades fadadas a evoluir, não as pode manifestar. Sente-se impedido pela espessa materialidade do períspirito que só fortíssimos estímulos despertarão do entorpecimento. A rapidez do movimento molecular é proporcional ao grau de rarefação das moléculas. Quanto mais denso, opaco e vicioso, maior resistência oporá a toda e qualquer modificação.

Como as reencarnações contribuem para que esse adensamento diminua?

Podemos fazer ideia pálida do que os sucessivos fenômenos nas diferentes encarnações determinam no períspirito, imaginando uma intensa fonte de luz sob uma esfera de vidro empapada de fumo negro constituído de imensa quantidade de partículas sólidas. A intensidade da luz, como é óbvio, não encontra condições para projetar-se irradiando seu fulgor. Quando muito, talvez deixe escapar tênue, fraquíssima claridade. Suponhamos que após manipulações diversas, consiga-se precipitar pequeno número dessas partículas sólidas. Certamente algum clarão maior se projetará, não chegando ainda a ser a luz, porém, já aconteceu algum progresso em relação à fase anterior.

Renovando-se muitas, muitas vezes essa experiência e supondo-se que a cada uma delas a luz aumenta em proporções ainda que diminutas, ter-se-á uma ideia do que ocorre com a alma e com o seu períspirito nessa caminhada rumo à fase hominal.  

Historicamente, poderíamos lembrar que esse revestimento está na base da formação de todo conteúdo filosófico das religiões, pois foi por seu intermédio que os Espíritos puderam se fazer presente, seja através de sonhos, visões, aparições tangíveis ou não, manifestando-se através de diferentes fenômenos. Várias religiões primitivas têm sua base nestas manifestações, sendo a existência dele conhecida desde os primórdios dos tempos e recebendo os mais variáveis nomes:

Egito = Ka 

Grécia = Ochéma            

Hebreus = Nephesph

Hindus = Linga Sharira 

Pitágoras = Eidolon 

Paracelso = Corpo Sidério

Baraduc = Somod

Paulo = Corpo espiritual

Allan Kardec = Perispírito

André Luiz (Esp) = Psicossoma

Pesquisadores Brasileiros: 

Prof. Henrique Rodrigues = Corpo Estruturador da Forma.

Prof. Hernani Guimarães Andrade = Modelo Organizador Biológico – MOB.

Pesquisadores e Cientistas Soviéticos = Corpo de Plasma Biológico alterando depois para Corpo Bioplasmático e Corpo Energético.

     “O Espírito é envolvido por uma substância que é vaporosa para ti, mas ainda bastante grosseira para nós; suficientemente vaporosa, entretanto, para que ele possa elevar-se na atmosfera e transportar-se para onde quiser”.

     O Espírito em união com o corpo é o ser principal, pois é o ser que pensa e sobrevive. O corpo não passa de acessório seu, um invólucro, uma veste que ele deixa, quando usada.

     Além desse invólucro material, tem o Espírito um segundo, semi-material, que o liga ao primeiro. Por ocasião da morte, despoja-se daquele, porém não desse que estamos estudando – o períspirito.

     Allan Kardec dá o nome de períspirito por analogia à semente de um fruto que é envolvida pelo perisperma. Como o Espírito propriamente dito é revestido de um envoltório, por comparação ele o chama – períspirito.

Para aprofundamento, encontraremos bibliografia em “A Gênese” – cap. X e XI: “Deus na natureza” – Camille Flammarion II; “Revista Espírita” ano 1866 pag. 67-71 a 77; 1861 – pag. 45 e 1868 pag. 166 – 1859 pag. 80; “Evolução em Dois Mundos” cap 1; “Mecanismos da Mediunidade” cap III, ambos de André Luiz e “O Livro dos Médiuns” itens 75-77 e 98. Também no livro Educação Mediúnica – Teoria e Prática - vol 1 - Ribeirão Preto: BELE, 2005 de Leda Marques Bighetti. Para enriquecimento do tema remetemos ainda a: Gabriel Delanne – Evolução Anímica, Hermínio C. Miranda – A Memória e o Tempo, além dos citados ou transcritos no texto.