Origem e Natureza dos Espíritos – 76 A 83 - Centro Espírita Batuira

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O Livro dos Espíritos | Livro Segundo: Mundo Espírita ou dos Espíritos | 09/06/2014

ORIGEM E NATUREZA DOS ESPÍRITOS – 76 A 83

Contendo os princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da Humanidade (Segundo o ensinamento dos Espíritos superiores, através de diversos médiuns, recebidos e ordenados por Allan Kardec).

LIVRO SEGUNDO

“MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS”

CAPÍTULO I – DOS ESPÍRITOS

   QUESTÕES DE 76 A 131

I – Origem e Natureza dos Espíritos – 76 A 83

II – Mundo Normal e Primitivo – 84 A 87

III – Forma e Ubiquidade dos Espíritos – 88 A 92ª

IV – Perispírito – 93 A 95

V – Diferentes ordens dos Espíritos – 96 A 99

VI – Escala Espírita – 100 A 113

VII – Progressão dos Espíritos – 114 A 127

VIII - Anjos e Demônios – 128 A 131

Ensinam os mentores da Codificação que o Espírito, na condição de Princípio Inteligente individualizado é incorpóreo, constituído de matéria quintessência e sua forma é indefinida, ambos os detalhes sem analogia ao momento atual do conhecimento. Pode ser descrito como uma chama, um clarão, uma centelha.

Vejamos:

O termo imaterial não é apropriado, sendo como está grafado – incorpóreo – o mais correto porque sendo criação deve ser alguma coisa.

Sem atentar para essa diferença muitos negam a possibilidade de comunicação dos Espíritos, pois, se são imateriais não podem atuar sobre a matéria.

Espírito não é um ponto de abstração, vago, indefinido; é um ser limitado, circunscrito ao qual só falta ser visível e palpável, para se assemelhar aos humanos. A exteriorização fluídica de seu corpo não é empecilho para que atue sobre a matéria.

Fala-se em matéria quintessenciada (quinta essência), palavra surgida entre os gregos para conceituar tudo quanto fosse constituído de matéria diferenciada daquela conhecida pelos seus quatro estados: água – terra - fogo e ar. Tudo quanto se afastasse dessa realidade, desses estados, era quintessenciado, isto é, matéria que não se consegue entender ou interpretar, tão sutil e eterizada que os sentidos do homem não conseguem apreender. Significa o que há de principal, de mais alto grau, essencial, plenitude.

Com todas as diferenças e variantes conhecidas para a matéria, observa-se ainda o desconhecimento do significado real dessa palavra. Seu conceito é essencialmente místico, religioso, impeditivos para compreensão de como a matéria pode fazer parte do Espírito e dos fenômenos naturais que produz como, por exemplo, sentimentos de alegria, dor, prazer, angústia, etc.

“... Um povo de cegos não teria palavras para exprimir a luz e seus efeitos. O cego de nascença julga ter todas as percepções pelo ouvido, olfato, paladar e tato; não compreende as ideias que lhe seriam dadas pelo sentido que lhe falta. Da mesma maneira, no tocante à essência dos seres super-humanos, somos verdadeiros cegos. Não podemos defini-los, a não ser por meio de comparações sempre imperfeitas ou por esforço de imaginação.”

Ainda: quanto a dizer que o Espírito é uma chama, uma centelha, isto é aplicável ao Espírito propriamente dito como Princípio Intelectual e Moral ao qual não se poderia atribuir. Qualquer, entretanto, que seja o grau em que se encontre, o Espírito estará sempre revestido de um envoltório ou (períspirito), cuja natureza eteriza à medida que ele, Espírito, se depura. Por consequência, se eleva na hierarquia espiritual.

Por limitação de compreensão, ainda a ideia de forma é inseparável da de Espírito, de modo que fica difícil conceber uma sem outra.

Em síntese, formam eles a população invisível da Terra. De alguma forma é o reflexo do mundo corporal. Encontram-se neles os mesmos vícios, as mesmas virtudes. Há sábios, ignorantes em todos os graus. Cada um fala segundo suas ideias; o que dizem, por isso, são opiniões pessoais, salientando que é necessário cuidado para não se acreditar cegamente tudo quanto dizem.

Concluindo, por Espírito, deve-se entender a Alma revestida de seu envoltório fluídico que tem a forma do corpo físico (humano) e participa da Imortalidade que lhe é inseparável.

Leda Marques Bighetti

Junho/2014

Bibliografia:

Para aprofundamento, encontraremos bibliografia em “A Gênese” – cap. X e XI: “Deus na natureza” – Camille Flammarion II; “Revista Espírita” ano 1866 pag. 67-71 a 77; 1861 – pag. 45 e 1868 pag. 166 – 1859 pag. 80; “Evolução em Dois Mundos” cap 1; “Mecanismos da Mediunidade” cap III, ambos de André Luiz e “O Livro dos Médiuns” itens 75-77 e 98. Também no livro Educação Mediúnica – Teoria e Prática - vol 1 - Ribeirão Preto: BELE, 2005 de Leda Marques Bighetti. Para enriquecimento do tema remetemos ainda a: Gabriel Delanne – Evolução Anímica, Hermínio C. Miranda – A Memória e o Tempo, além dos citados ou transcritos no texto.

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