Conhecendo:

                      - Levantamento da Situação:

          Se somadas as mortes que anualmente acontecem no Planeta decorrentes de guerras e atentados, certamente o número será elevado, porém, superados em muito pelo das mortes auto infligidas. Estas, aproximam-se de um milhão além de dez milhões atendidos por tentativas.

          Na área da saúde, prevenção é importantíssima e se faz com informações claras e objetivas.

          Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), noventa por cento dos casos de suicídio são previsíveis por estarem associados a vários outros fatores de ordem mental, perfeitamente diagnosticáveis, tratáveis: depressão, dependência química, eventual mudança de comportamento, que indiquem tendência ao isolamento social, desinteresse generalizado, angústia, aflição, baixo rendimento escolar ou de produtividade, alguns de outros possíveis indícios sinalizadores de que algo não está bem. Segundo ainda a OMS, em cada dez casos, nove podem ser evitados onde houver diagnóstico, tratamento, assistência, cuidados, atenção.

   - O que é e o que visa:

        Setembro Amarelo é campanha internacional de conscientização sobre o suicídio e suas formas de prevenção. Todo o mês é dedicado à formação dessa consciência visando a valorização da vida e o dia 10 acolhido com “Dia Mundial de Prevenção do Suicídio”. Essa data foi escolhida em 2003 pela Associação Internacional para Prevenção ao Suicídio pela Oms. Nessa data são realizadas cerca de seiscentas atividades em setenta países do mundo visando salvar vidas.

     A cor amarela significa vida, luz, alegria e para os organizadores é o contraponto simbólico ideal à campanha deixando patente que lutar contra esse tabu, sem dúvida salvará muitas vidas.

      Há no mundo a “Associação Internacional para Prevenção do Suicídio” (IASP). No Brasil é dinamizada pela Associação Médica Brasileira (AMB), Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

     No Brasil aconteceu pela primeira vez no ano de 2014, em Brasília, estendendo-se nos anos seguintes a outras regiões do país.

     Sobretudo é um movimento de valorização da vida, incentivando a mídia a falar do assunto, combatendo o estigma que envolve o tema, informando a população da importância de falar sobre o tema.

     A cor amarela a ser colocada como identificação em locais públicos e particulares visa não só chamar atenção como dizer que é possível prevenir o suicídio, buscando perceber a dor do outro, nos ouvindo mais, abrindo espaço para conversar abertamente sobre prevenção, consequência e importância da vida.  

                          Nosso Tema – Campanha contra o Suicídio

     Para a grande maioria das pessoas, suicídio é entendido como parada brusca, repentina de uma vida que pulsa, provocada por aquele que a destrói.

     Para o mundo espiritual, no entanto, suicídio acontece através de duas formas: consciente e inconsciente.

     Os primeiros, voluntários, diretos, constituem minoria face aos segundos.

     Suicidar-se, pois, não é apenas desferir um tiro num órgão vital, arrojar-se de alturas, sorver bebidas corrosivas, etc., interrompendo bruscamente o fluxo da vida.

     Suicidar-se, lenta e voluntariamente é perseguir os abismos da ilusão nos desregramentos de qualquer ordem que tragam desequilíbrio ao metabolismo humano.

     Recordemos em “Nosso Lar” a surpresa de André Luiz quando examinado por Henrique de Luna, este lamenta o suicídio pelo qual havia chegado, afirmação que André Luiz não aceita, uma vez que recordava que lutara contra a morte por mais de quarenta dias, internado na casa de saúde. Henrique de Luna mostra-lhe então, “... o organismo espiritual apresenta em si mesmo a história completa das ações praticadas no mundo, e apesar de sua morte ocorrer por oclusão intestinal, esta se verificou devido aos excessos de alimentação, bebidas alcoólicas que lhe devoraram as energias essenciais”.

     Nesses raciocínios, poderíamos afirmar os desequilíbrios do paladar, meio pelo qual transforma-se o estomago em recipiente de alimentos condimentados, intoxicando as vísceras, aniquilando, impedindo ou diminuindo as atividades biológicas.

     - desequilíbrio emocional, emotivos incontroláveis, temperamentos explosivos transformadores do aparelho nervoso em verdadeiras fontes energéticas totalmente descontroladas;

     - ódios, mágoas produzindo alterações, desarranjos de toda ordem no metabolismo somático;

     - desregramento sexual, nas paixões desenfreadas, no prazer animalizante, alterando os centros genésicos em reequilíbrios que se estenderam no tempo buscando o equilíbrio.

     - vulgarização da mente através da conversação doentia ou leviana, manchando reputações, denegrindo a vida alheia, conversações infelizes, censuráveis, anti-fraternas.

     - fumo, álcool, orgias de toda espécie submetendo o corpo físico a desgastes comprometedores.

     - cobiça, avareza, na preocupação única de amealhar bens;

     - excesso de velocidade abrindo campo para acidentes que muitas vezes não ceifam a vida física, porém causam amputações, deformidades nos órgãos..., enfim, tantas outras circunstâncias em que a bênção da vida é desconsiderada.

    O que, num ou noutro caso, poderia levar o homem a gestos extremos ou o descuidar-se consigo vivendo desequilíbrios?

     São citadas como possíveis causas: falta de fé, orgulho ferido, tédio pela vida, moléstias tidas como incuráveis, perda de entes queridos, melancolia, desânimo, indução por encarnados e ou desencarnados.

     Se buscar a “morte” pelo suicídio é caminho para fugir ao sofrimento, os Espíritos nos ensinam que, o contrário é o que acontece, pois que saindo do sofrimento, entra na tortura.

     O estudo é um chamamento para as atitudes sadias, aproveitando da vida tudo quanto ela ofereça de bom, de belo, de prazeroso proporcionando ao corpo a bênção da multiplicidade das energias maiores.

     Orar, meditar, amar, servir indistintamente anula qualquer ligação com a retaguarda ou qualquer algema que deseje impedir movimentos nobres.

     Lembrar da fé imortalista, guardando certeza de que tudo quanto nos aconteça, ocorre em função de alguma necessidade, momento para crescimento se soubermos nos conduzir. As circunstâncias difíceis têm essa finalidade. Ainda, a Campanha visa que pessoas percebam que podem ser amparadas nos momentos difíceis da vida, não precisando chegar ao ponto extremo da autodestruição.

     Conscientizar, falar a respeito, lutar contra esse tabu salvará vidas!

Leda Marques Bighetti – Setembro/2017